Durante séculos, o mercúrio constituiu um componente utilizado em produtos farmacológicos como alguns diuréticos, antibacterianos, antissépticos, pomadas dermatológicas e laxantes. Atualmente, métodos mais específicos e seguros substituíram o mercúrio e a intoxicação causada por esses produtos forma tornou-se rara. Contudo o mercúrio apresenta algumas aplicações industriais importantes e as intoxicações por exposição ocupacional e poluição ambiental continuam preocupantes.

O mercúrio é encontrado como fonte de contaminação de maneiras distintas:

Cada forma encontrada de utilização do mercúrio, apresenta propriedades exclusivas e sintomatologia distintas. A contaminação com mercúrio, considerando sua alta toxicidade, pode ocorrer de várias formas.

Os sais e a forma primária de apresentação do mercúrio são os principais contaminantes ocupacionais enquanto os compostos orgânicos, sobretudo o metil-mercúrio, é o predominador na contaminação do meio ambiente.

O vapor de mercúrio também pode ser liberado nas restaurações dentárias com amálgama de prata. Na verdade, essa é a fonte principal de exposição ao mercúrio na população geral.

Segundo a Agency for Toxic Substances and Disease Registry Division of Toxicology and Human Health Sciences(1999), o sistema nervoso é muito sensível a todas as formas de mercúrio. Metilmercúrio e vapores metálicos de mercúrio são mais prejudiciais do que outras formas, visto que o mercúrio, nestas formas, atinge mais o cérebro. A exposição a altos níveis de mercúrio metálico, inorgânico ou orgânico podem danificar permanentemente o cérebro, os rins e o feto em desenvolvimento. Efeitos no funcionamento do cérebro podem resultar em:

A exposição em curto prazo a níveis elevados de vapores metálicos de mercúrio, pode acarretar efeitos como:

De acordo com o U.S. Department of Health and Human Services (2006), os primeiros sintomas que precederam os sinais orais de envenenamento lento por mercúrio, são pouco conhecidos pela profissão médica, consistindo, apenas de:

Da mesma forma, era pouco conhecido até agora que o nariz e demais vias respiratórias são comprometidas sob a forma de corrimento nasal e sinusite.

A história da exposição industrial ou ambiental ao mercúrio certamente é valiosa para firmar o diagnóstico da intoxicação por esse metal. Nos demais casos, a suspeita clínica pode ser confirmada por exames laboratoriais.

As restaurações de amálgama têm sido controversas devido ao conteúdo de mercúrio. As alegações de que o mercúrio pode estar ligado a distúrbios nervosos, como a doença de Alzheimer, síndrome da fadiga crônica e esclerose múltipla, alimentam os apelos à remoção de restaurações de amálgama.A exposição ao mercúrio pode ocorrer em ambientes ocupacionais e ambientais. Durante o trabalho clínico com amálgama dentária, dentistas e equipe estão expostos tanto ao mercúrio metálico quanto ao vapor de mercúrio.

A restauração ou obturação de amálgama deve portanto, ser retirada seguindo rígidos protocolos de segurança para evitar o aumento da contaminação do paciente e riscos de contaminação da equipe e meio ambiente.

Veja o vídeo abaixo, onde o Dr. Rodrigo Venticinque explica de forma simples, como acontece a contaminação por mercúrio:

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